sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Teu nome

Chegou em casa após um dia cansativo. Resolveu tomar um banho. Enquanto a água quente escorria pelo seu corpo, se perdeu em seus devaneios, subitamente. Não via motivos para ter lembrado daquela pessoa depois de tanto tempo. Talvez porque tivesse lido todas aquelas poesias escritas na época. A ingenuidade era evidente a cada palavra escolhida. Frases curtas escritas a alguém que lhe significou muito e que possivelmente não foi recíproco. Não era amor. Não era aventura. Era algo indescritível.

Depois do banho, foi até seu guarda-roupas e releu aquele caderno empoeirado e deixado de lado, como suas memórias. Todos os textos sem sentido que perderam a essência nas noites escuras dedicadas à um nome. Um nome que não lhe tocava mais. Um nome que não provocava mais aquela fadiga e pingos de suor que frequentemente deslizavam pelo seu rosto. Um nome que não aparecerá mais em seus rascunhos. Um nome que o vento levou para longe, para um lugar melhor do que aqui. Lá, encontrará outro nome. Um nome que ensine a amar, que faça sofrer. Outro nome que se repita a cada frase dita. Um nome que nunca foi o meu.

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