domingo, 19 de agosto de 2012

Sete chaves

I
Era meia-noite. Ele estava no quarto, preso aos seus pensamentos. Lembrou-se que há pouco tempo atrás lhe faltava algo. Sentia-se sozinho. Mas o outono chegou, e com ele as surpresas. Encontrava-se dividido, pensando qual estrada ele deveria seguir. 

II
Talvez os sentimentos não são interpretáveis. São dois lados, muitos personagens compõem essa história. O começo do livro estava perfeito demais. As páginas dos conflitos pareciam estar rasgadas; inexistentes. Pareciam. Não estavam. 

III
É um conto de fadas invertido, onde o final feliz vem primeiro, depois os conflitos. Não se sabe como essa história vai acabar. 

IV
Amor, ódio, angústia, pressão. Tudo estava na mesma cena. O livro virou filme. Neste não havia diretor. Não havia heróis, nem vilões. Eram as atitudes que mandavam ali. 

V
Não é um livro. Não é um filme. É a vida. 

VI
O andar do relógio tocou três da manhã. Sua cabeça estava um turbilhão. Tinha que usar a razão, pois todos ali acolheram a emoção. Andou pelo quarto e o som dos seus passos despertou-lhe o seguinte pensamento: 

"É mais fácil saber o que se passa pela cabeça do que ouvir o que fala o coração, mas nem sempre o melhor caminho é o mais fácil."

VII
O sono lhe venceu. Ficar acordado seria inútil. Os pensamentos ajudam, mas confundem. Dormindo ele pode sonhar na vida que sempre quis. Talvez pode se tornar realidade. Quando acordar, saberá que ainda restam seis peças no tabuleiro. Quer dar o xeque-mate. Quer ser feliz.

Maio de 2011.

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